Juliana Lisboa Santana foi a vencedora do POD 2017, o Prêmio Oxford de Design, que no ano passado estava na sua terceira edição. Nessa entrevista a designer conta quais são seus projetos hoje, como foi a participação no concurso e o que mudou depois dele. Confira!
– Conta um pouquinho sobre a tua participação no Prêmio Oxford de Design, como foi?
Eu nunca tinha ouvido falar no Prêmio, estava navegando pelo Instagram e vi o anúncio de que as inscrições estavam abertas. Na hora eu pensei, vou ficar com isso na cabeça, se pintar uma ideia forte para o conceito, paro para esboçar o desenho, se não, nem vou tentar. Meu estalo veio quando lembrei do livro que havia lido uns meses antes, o “Comida como Cultura” – de Massimo Montanari, e fui puxando ideias que estavam apresentadas lá, pensando no tema da gastronomia ao redor do mundo de uma forma mais histórica e ampliada. Assim, cheguei numa ideia simples, de retratar 3 grãos que foram a base da cultura gastronômica mundial. Quando submeti a ideia, comecei a engajar a minha rede de amigos e familiares, o que foi um desafio enorme no começo. Foi uma comoção de pessoas querendo me apoiar, gente que eu conhecia ou não, amigos que não falava há décadas… por pouco não cheguei à final, foi uma semana de fortes emoções!
– O que mudou depois do prêmio?
Acho que primeiramente foi provar pra mim mesma que se você tem um objetivo claro, que deseja fortemente e trabalha para isso, torna-se real. Isso tem a ver com um conjunto de fatores, não apenas o resultado conceitual e estético, mas ficar atenta aos prazos, saber mobilizar as pessoas, ter uma fezinha. O dinheiro do prêmio estava atrelado a um projeto paralelo muito importante para mim, daí a minha motivação estar tão alta também. O outro ponto foi o reconhecimento local, todo lugar que eu ia alguém tinha visto algo sobre o prêmio nas redes sociais ou imprensa, até mesmo pessoas bem distantes.
– O que você faz hoje? Quais são seus principais projetos?
Hoje estou empreendendo em 3 projetos. Trabalho na parte de coordenação, pesquisa e criação no Cidade Quintal, que realiza intervenções artísticas em espaços da cidade. Também atuo como diretora de inovação nOPARQUE – uma plataforma que promove o empreendedorismo criativo em Vitória, com foco em design e gestão. Além disso estou realizando um programa de desenvolvimento pessoal de um ano de duração que criei como minha maior meta em 2018, que é uma composição de cursos de design, viagens, workshops, criação de conteúdo…uma loucura que tem trazido uma dinâmica bastante nova para minha vida.
– O que você achou do tema desse ano que é “O folclore ao redor do mundo: o encontro da imaginação com a arte”?
Acho muito sugestivo e rico tanto em elementos conceituais, como gráficos. Um prato cheio!
– Que dicas você daria para os participantes? O que uma arte deve ter pra te encantar?
Primeiro que busquem ampliar o repertório, conhecer um pouco mais a fundo o tema que escolherem, pois isso pode trazer a inspiração certa e ajudar a sair do óbvio para se destacar. Outro ponto que valorizo é quando a ideia é apresentada de uma forma clara, coesa. Por fim, que pensem na harmonia e na composição entre as estampas e o conjunto das louças.
Sobre o Prêmio Oxford de Design
A Oxford, maior fabricante de porcelana e cerâmica de mesa das Américas, realiza desde 2015 o seu Prêmio Oxford de Design e convida pessoas de todo o país a desenvolverem uma estampa de um aparelho de jantar. Em 2016, o tema foi A Cultura Gastronômica ao Redor do Mundo e o concurso recebeu artes de todo o país entre 19 de setembro e 9 de outubro. Os 30 finalistas foram selecionados por votação do público e um time de jurados definiu os três melhores projetos, divulgados no dia 19 de outubro. O júri foi formado pela dupla de designers Rodrigo Brenner e Maurício Noronha, da Furf Design Studio; o chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó; e a influencer Lucila Turqueto, do site Casa de Valentina.
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